sábado, janeiro 16, 2010

Deficientes do Brasil


Dados e Números no Brasil


24,6 milhões de pessoas (14,5%) possuem alguma deficiência no Brasil.
Destes, 17,5% são negros, 17,1% índios, e menos de 14% são brancos e amarelos.
29% vivem em situação de miséria, e os que trabalham recebem cerca de R$ 100 (cem reais) a menos que a média dos brasileiros.
A cada 100 brasileiros, 14 pessoas apresentam alguma deficiência.


Tipos de Deficiência:

Visual.......................16.573.937

Motora......................7.879.601

Auditiva.....................5.750.809

Mental.......................2.848.684

Física.........................1.422.224


Fonte: Censo Demográfico de 2000, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado pela Folha de S. Paulo. PS: foram incluídas na pesquisa todas as pessoas que apresentem alguma dificuldade de enxergar, de ouvir, de locomover-se ou tem alguma deficiência mental.

sábado, janeiro 09, 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DO HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS

Inicialmente em 2003 foi desenvolvida a primeira proposta de adaptação do Handebol convencional para a prática de pessoas com deficiências, sendo desenvolvida na UNICAMP (ITANI, ARAÚJO e ALMEIDA, 2004) pelos professores Daniela Eiko Itani, Paulo Ferreira de Araujo e Jose Julio Gavião de Almeida. Estes autores desenvolveram o primeiro estudo sobre as possibilidades de adaptação do Handebol para a pratica por parte das pessoas com Deficiência.

No ano de 2005 foi realizada por docentes da Universidade Paranaense – UNIPAR/TOLEDO/PR (Décio Roberto Calegari, José Irineu Gorla e Ricardo Alexandre Carminato) a adaptação do Handebol em Cadeira de Rodas (HCR), para a prática por pessoas com Deficiência Física, (CALEGARI, GORLA e CARMINATO, 2005).

Desde então a modalidade vem crescendo bastante e alguns estudos têm sido realizados para fornecer base científica a este crescimento, dentre os quais podemos citar: Costa e Silva et. al. (2007), Calegari et. al (2007), e Calegari et. al. (2008).

O HCR é um esporte muito parecido com sua versão convencional, sendo que a principal adaptação é a redução da trave através de uma placa para dar possibilidades de defesa aos goleiros, ficando com a altura de 1,60 cm para que o jogador em sua cadeira alcance o travessão, sendo assim possa efetuar as defesas sem desvantagens (CALEGARI, GORLA e CARMINATO, 2005).

Divide-se em duas modalidades o HCR 4 (que adapta o Handebol em Areia para a pratica em quadra) e HCR 7 (que adapta as regras do handebol de salão para 7 jogadores).

De acordo com à classificação funcional o HCR 4 permite um total de 14 pontos em quadra, enquanto o HCR 7 permite apenas 16 pontos, enfatizando a inclusão de deficientes mais comprometidos no aspecto motor (CALEGARI, et. al. no prelo).

O HCR tem crescido muito no Brasil, pelo empenho de seus criadores e dos entusiastas pelo esporte, atualmente no Brasil existem cerca de 12 equipes, a maior quantidade se localiza no estado do Paraná, onde foi criada a modalidade.

Atualmente já podem ser observados os diversos campeonatos estaduais e também e nacionais, o HCR já conta com uma seleção Brasileira que já participou de um Desafio Internacional em Santiago do Chile em Dezembro de 2009, e está se objetivando a organizar neste ano o primeiro Campeonato Sul-americano e Mundial de HCR, através da difusão do HCR, outros pais tem demonstrado interesse pela modalidade, como: Paraguai, Argentina, Portugal, Espanha entre outros, dado esse interesse pela conquista da participação do HCR nas paraolimpíadas do Rio em 2016 em caráter de apresentação, pelo fato de toda modalidade que tem o objetivo de se tornar Paraolímpica, primeiramente tem que ser demonstrada em uma apresentação no evento.

terça-feira, janeiro 05, 2010

INÍCIO DO HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS EM SOROCABA

Sinto-me orgulhoso de ser o responsavel por trazer o HCR para Sorocaba, estamos completando 1 ano desde a formação da equipe, começarei a postar uma série de eventos que passamos desde a formação.
Bom 2009 começou muito bem, formamos a equipe de HCR que agora ja contava com 5 jogadores,como vocês podem ver na foto abaixo, seguindo a ordem da esquerda para a direita: Oséias, Rafael, Rodrigo, Alberto e Paulinho.



Pensando que as dificuldades seriam menores por ja termos condições de participar de competições, esbarramos em outras dificuldades, a falta de patrocinio, apoio da entidade e falta das cadeiras.
Mais em Fevereiro as coisas começaram a melhorar, o Sindicato dos Bancarios por parte da Arquiteta Miriam Luama, nos sedeu a quadra para os treinos, agora treinariamos em 2 periodos, quarta das 08:00 as 11:00 no Clube dos Bancarios e a tarde das 13:30 as 16:00 no Centro Esportivo da Vila Gabriel.
Começamos a treinar com os objetivos reais de competir nas Etapas do Campeonato Paulista e no I Campeonato Brasileiro de HCR em Toledo-PR.
Segue abaixo um slideshow com as fotos da primeira formação da equipe.


segunda-feira, janeiro 04, 2010

III Campeonato Brasileiro de Cegos 2008

Em 2008 participei do III Campeonato Brasileiro de Cegos, fiquei atuando com a modalidade do Judô, auxiliando na parte da logistica, nesse evento acompanhei de perto as disputas pelas vagas para a paraolimpiada de Beijing, vi o confronto do "Tenório"x "Mamede", o Tenéorio levou a vaga e tambem o título de tetra campeão paraolímpico.
Faltamente Mamede veio a falecer em dezembro, segue abaixo a matéria.

Representante do Brasil no Parapan, Elmo Mamede chegou a ser operado no dia do acidente, mas teve uma parada cardio-respiratória.

O judoca paraolímpico Elmo Mamede, que disputou os Jogos Parapan-americanos do Rio de Janeiro, faleceu no sábado após ter uma parada cardio-respiratória. Na quinta-feira, ele foi operado depois de machucar a coluna quando tentava levantar 240kg em uma academia em Olaria, no Rio de Janeiro. O peso caiu sobre as costas do judoca.
Ex-lutador de boxe, Mamede, de 47 anos, trocou de esporte em 2000, depois de ficar cego de um olho. Ele não tem a visão periférica no olho esquerdo e sofreu deslocamento de retina no direito.
Nos tatames, conquistou o campeonato brasileiro quatro vezes e disputou vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim. Perdeu a seletiva para Antônio Tenório.
Segue abaixo uma das ultimas fotos antes do confronto com Tenório valendo vaga para Beijing.


Mais um Slideshow com algumas fotos do evento.



ERA UMA VEZ NO III CAMPEONATO MUNDIAL DE CEGOS IBSA 2007

Em julho, exatamento no dia 26, participei do III Campeonato Mundial de Cegos em São Paulo e São Caetano, fui a convite do meu Professor e Orientado Otávio Furtado, tive a oportunidade de atuar na Centrar de Resultados, tendo acesso a toda as competiçãos do evento, participaram cerca de 4000 mil atletas de cerca de 60 paises, foi uma loucura, acorder e ver Russo tomando café com japoneses, ver as mulheres do Irâ comendo separada dos homens, muita coisa, fui uma grand experiência, um grande intercambio cultura, pude ir em varias competições, conheci gente do mundo todo, troquei muitos "Pins", uma historia engraçada aconteceu no Onibús, voltando de um dia de competição na Uniban de Judô, eu estava no fundo do onibus e vi um senhor com uma jaque da turquia, eu la fui eu encomodar o senhor para trocar pins, ele muito educado me escutou e disse que não tinha Pins, só tinha camisetas, dia eu pensei, magine, que o cara vai me dar uma camisa por um Pin comprado na 25 de março, dai que o cara me supreendeu, quando ele disse que não tinha Pins eu ja desencanei e fui virando, dai ele me me chamou e me deu a camisa, fiquei super contenter, apesar da camiseta ser XXXXLLLL, mais tudo bem, nunca mais chamarei ninguem de turco.
Então foi nesse evento que conheci o esporte paraolímpico em nivel de rendimento e me interessei.
Foi uma grande oportunidade nunca vou esquecer aquelas quase 2 semanas que passei infurnado no Holyday inn.
Segue abaixo um video com algumas fotos e filmagens minhas realizadas no decorrer do evento.



Segue um slideshow com algumas fotos do evento.




CONHECENDO O TÊNIS DE MESA PARAOLÍMPICO

Como vocês podem observar o mes de Dezembro de 2008 foi cheio de novidades, a viagem pra toledo e a formação da nossa Equipe de HCR de Sorocaba, se isso ja estava bom, melhorou bastante depois de uma noticia, um professor da Pós-Graduação que costuma enviar emails sobre convites para cursos, palestras etc...eu quase não abria os email, porque 80% dos emails era referentes ao lançamento do livro dele ou se não de ASMA.
Então em um belo dia eu abri, com o tema intitulado, Curso de Classificação Funcional em Tênis de Mesa, li o email inteiro, e la dizia que o CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) ia dar uma bolsa para ir fazer o curso em Forteleza - CE, que chato heim, bom enviei a minha inscrição e esqueci, tanto porque estava em toledo, nem lembrava mais disso, quando eu voltei abri meu email e tinha um aviso dizendo que sairia no dia 8 os contemplados com as bolsas, blz, fiquei torcendo e com sorte consegui a bolsa, só tive que arcar com a passagem que é cara pra caramba, pensando em termos mundiais, 1278,00, mais blz, fui no dia 13 e voltei no dia 18, foi muito legal, as pessoas que fizeram o curso com muita experiência, a professora Návia Navarro da argentina, só falava em espanhol e inglês, tive uma boa oportunidade de treinar o dialeto que tinha aprendido a quase 9 anos atrás, foi muito legal, pessoas estraordinarias, Mazé , Toshimi, Luis gustavo, parceiro, bom, o mais legal é que você fazia o curso de Classificação Funcional na UNIFOR ( Universidade Fortaleza) uma super estrutura e ainda depois da parte teorica nos iamos para a prática, aonde classificamos os atletas que iriam participar do campeonato Brasileiro, nossa, muito doidera, conhecer outro estado, digamos que outras culturas, pessoas, muito aprendizado, nossa foi muito bom. Atualmente sou  classificador funcional e represento o estado de SP.




Bom, agora vou explicar um pouco no que se refere a Classificação Funcional.
“A classificação funcional no esporte paraolímpico é peça fundamental, pois sem ela e extremamente difícil viabilizar uma competição com tantos tipos diferentes de seqüelas de deficiências e habilidades. Outro fator importante é a disponibilidade de informações aos técnicos e atletas, que são as pessoas mais importantes e que fazem o esporte acontecer".



CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL EM TÊNIS DE MESA

Os atletas são divididos em onze classes distintas.

Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.

• TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes

• TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes

• TT11 - atletas andantes com deficiência mental


 A MUDANÇA

Em novembro nós já estávamos com 6 jogadores, e tínhamos o desejo de começar a disputar campeonatos de Basquete sobre rodas, fora a falta de patrocínio, todas as dificuldades já conhecidas, tínhamos uma maior, a falta de jogadores, para começar uma partida de Basquete você tem que estar com 9 jogadores no mínimo, e não conseguiríamos jogar nenhum campeonato pela falta de atletas.
Quando eu ainda estava na faculdade, meu Orientador me passou alguns vídeos sobre esporte adaptados, e um deles me chamou mais a atenção, se trava na adaptado do Handebol convencional para ser jogado em cadeira de Rodas, eu no momento achei muito interessante por 2 motivos, na minha adolescência e até mesmo na faculdade joguei alguns campeonatos de Handebol, e a outra era que o Handebol em Cadeira de Rodas tem 2 modalidades, um o HCR7, que jogam 7 jogadores, e o HCR4 que jogam com 4 jogadores.
Dai então comecei a pesquisar sobre o HCR, anotei o nome do professor que apresentava a modalidade e fui procurar no google, felizmente achei o e-mail e começamos trocar alguns e-mails, eu perguntava sobre as regras, e ele viu o meu interesse no HCR e me convidou para estar indo para Toledo - PR pra fazer um estagio prático com a sua equipe que é a primeira do mundo.
Segue abaixo vídeo que me inspirou ir em busca do HCR.





Fiquei cerca de uma semana em Toledo, fui no dia 26 de Dezembro, tive a oportunidade de jogar com a equipe e acompanhá-los em amistoso em São Miguel do Iguaçu.



O professor Décio Calagari desde então vem me ajudando muito para que o HCR se desenvolva em nosso estado.
Retornando para Sorocaba no começo de Dezembro, mostrei para os atletas à temática do HCR e também criei um DVD com os vídeos e os movimentos do HCR para que eles possam assimilar melhor o esporte.
Depois de apresentado para os jogadores, a decisão fui unânime, daquele dia então treinaríamos prioritariamente o HCR.

TRABALHANDO COM O ESPORTE ADAPTADO

Vamos por partes, iniciei a vida profissional no meio da Educação Física Adaptada em 2006, depois em 2007 tive a oportunidade de participar de um grande evento esportivo para deficientes Visuais, após o evento tive a certeza que era aquilo que eu queria e foi só esperar a conclusão da faculdade e dar início a uma nova empreitada.
Em Dezembro de 2007, na véspera da conclusão do meu curso de Educação Física, formulei um projeto com o objetivo de entregar nas entidades de Sorocaba, visando à implementação do Esporte Adaptado nelas, foi algo que eu quis arriscar, porque não tinha conhecimento consistente em nenhuma pratica do esporte adaptado em si, mais como muitos dizem você se formou, mais daqui para frente é com você.
Em janeiro de 2008 me inscrevi no curso de Pós-graduação em Atividade Física Adaptada e Saúde da faculdade FMU, e achei que seria uma boa, estar conciliando a teoria com a prática.
Enviei um projeto para uma entidade e ele foi aceito, a presidente gostou do projeto, disse ela que há 10 anos aberas existia um projeto de esporte, mais acabou terminando por falta de apoio, tudo estava indo bem, só teve um problema, a entidade não teria como custear os gastos dos meus honorários, mesmo assim, aceitei, seria uma troca, estaria podendo usar o que aprenderia na Pós Graduação e conhecendo um universo novo.
Após isso, começamos a divulgar em jornais, ônibus especiais, porque um grande problema de trabalhar com essa clientela é aonde encontralos.
Não sabia quais as deficiências iria encontrar nem quais esportes iriam desenvolver após a divulgação os interessados entraram em contato e marcamos uma reunião.
Nessa reunião compareceu cerca de 3 interessados, e também uma pedagoga que teria interesse em conhecer a metodologia empregada no esporte para pessoas com deficiências.
Nessa reunião foi decido qual a modalidade que seria desenvolvida, por a totalidade dos interessados serem cadeirantes entramos em um consenso em trabalhar com o Basquete Sobre Rodas.
O próximo passo foi encontrar uma quadra que teria acesso para os atletas, material esportivo e transporte, se já não bastassem essas dificuldades, um dos 3 interessados veio a ser assassinado na véspera do inicio do projeto.
Desde o início do projeto tenho 2 atletas que foram os propulsores, Oséias e Paulinho, 2 pessoas que me ajudaram muito, mesmo sabendo que não tínhamos nada, todas as quartas nos reuniamos na entidade para conversar sobre o desenvolvimento do projeto.


Depois de 2 meses, conseguimos a doação de uma bola de basquete do Hipermercado Carrefour e a promessa de que iriam riscar uma meia quadra no seu estacionamento para que nós treinássemos lá.
E os dias, semanas e meses foram passando, e nos treinando na pista de caminha, em um quiosque que daria somente para fazer os exerci os de alongamento e força.
Fomos mais uma vez perguntar sobre o andamento para riscarem a quadra no estacionamento, não nos responderam e decidimos procurar outro lugar.
Foi quando começamos a percorrer os centros esportivos de Sorocaba com idéia de conseguir uma quadra coberta para os treinos, depois de muita insistência em julho conseguimos a quadra do centro esportivo da Vila Gabriel, onde treinávamos as quartas feiras das 13:30 as 16:00.
O Projeto foi crescendo, mais interessados integrando o grupo, no dia 07/07/07 a equipe do Globo Esporte fez uma matéria sobre o projeto, ficou visivelmente que eu não tinha experiência nenhuma com entrevistas, mais tudo bem, Segue o link abaixo.


O projeto passou por muita coisa, nós não tinhamos transporte para todos os atletas, muitos vinham de carona, poucos conseguiam o transporte especial, como o projeto não recebia verba nenhuma, foi muito dificil conseguir material esportivo como bolas e coletes, na realidade só tinhamos 1 bola de basquete que o Hipermercadi Carrefour nos deu, mais nada.
Contei sempre com a ajuda dos jogares, porque sabia que eles tambem não tinham condições, e o que eles podiam eles me ajudavam, passado ja 8 meses do unicio do projeto ja estavamos 5 jogadores, e cada vez ganhando mais visibilidade por parte da Midia.



Em setembro o Jornal Cruzeiro do Sul entrou em contato com a entidade e realizou uma matéria de um projeto do jornal conjunto com a CPFL que se chama Cidade Solidaria, a equipe do jornal realizou uma materia que teve grande visibilidade em geral, mais ainda não tinhamos nenhum reconhecimento da sociedade em geral.


Mais em novembro quando saiu os resultado das entidades que iriam receber os premios de Cidade Solidaria veio a surpresa,  ficamos em terceiro lugar, atráz somente da Associação Integrar e do Gpaci. Provamos que  mesmo sem a ajuda de ninguem conseguimos mostrar nosso valor, como diz Obama, I Can, We Can.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA EM MINHA VIDA

Da onde surgiu o meu interesse pela área da educação física adaptada.Bom, quando me perguntam isso, eu costumo dizer que surgiu da necessidade, pois quando iniciei a trabalhar em uma das maiores multinacionais de Sorocaba, tinha um bom salário e era sondado para ser promovido, mas eu tinha receio de trabalhar e seguir carreira, numa área que não era aquilo que eu realmente desejava. Meu interesse sempre foi voltado para a área de educação física, pois desde criança, sempre pratiquei esportes e gostava muito.
Foi então que ingressei na Faculdade de Educação Física e resolvi mudar o rumo total, sai da empresa em que trabalhava e comecei a procurar por estágios na minha área.
Passado alguns meses, um de meus amigos estava estagiando no Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, e comentou que logo iriam contratar mais estagiários, enviei meu currículo e quando abriu a vaga, fui chamado para uma entrevista.
Na entrevista, fiquei um pouco nervoso e apreensivo, mas depois de uma semana, me retornaram e fui contratado. Nos primeiros dias,fiquei com um pouco de receio, pois nunca tinha trabalhado diante de pessoas com doenças mentais e não sabia o que eles eram capazes de fazer.Mas com o passar do tempo, você começa a entender todo o preconceito que é empregado a eles, sendo que eles precisam é de ajuda e compreensão.
Em 1 ano e 9 meses em que estagiei, tive a oportunidade de organizar vários eventos, participamos de desfiles, viagens e algumas competições. Eu acabei me apegando demais aos pacientes, acredito que pela carência que eles tinham, por falta de contato de alguém de fora, já que boa parte deles não tinha família e mesmo sendo “doentes”, eles sentiam falta. Alguns eu considerava parte da minha família mesmo, às vezes eu doava algumas peças de roupas, bonés e até biscoitos, era muito bom ver a alegria deles, por tão pouco, para alguns, mas que pra eles era MUITO.
Chegando a reta final da faculdade, tinha que encontrar um tema pra fazer o meu trabalho de conclusão de curso (TCC), de imediato surgiu à idéia de relatar sobre a minha experiência durante o estágio no HPVC,algo totalmente inédito até aquele momento. Tive como parceiro no trabalho, meu amigo Plínio Bortoleto Neto.
Pra mim foi muito gratificante o desenvolvimento do trabalho, pois pude relatar experiências unicas que vivi, citando estratégias de ensino, e algumas atividades que poderiam ser adaptadas diante das necessidades de cada um dos paciêntes.
Na apresentação do meu TCC, obtive a nota máxima e fui convidado a disponibilizar o trabalho para a biblioteca da Universidade (Academia de Ensino Superior) logo após tive a chance de publicá-lo no EFDEPORTES.COM, pra acessá-lo, segue abaixo o link:



O estágio também estava acabando e eu pensava no que fazer quando isso acontecesse. Em Julho de 2007, participei do III Campeonato Mundial de Cegos em são Paulo e São Caetano, essa experiência só me fez ter mais certeza do que eu queria, era trabalhar com a Educação Física Adaptada.
O contrato teve o término em 31/12/2007, onde fui até o último dia. E mesmo; tendo passado quase 2 anos, sinto muita falta de tudo aquilo que vivenciei, desde o corpo multidisciplinar, os pacientes, de tudo que aprendi e compreendi, sinto que me tornei alguém melhor e comecei a dar mais valor em muitas coisas que acabamos por deixar passar despercebida, como a importância de um bom dia, a importância de um obrigado, o respeito às diferenças, sinto falta em especial de alguns pacientes/amigos, que infelizmente não estão mais presente entre nós.


MUITAS SAUDADES DE TODOS VOCÊS, OBRIGADA POR TUDO.