Foi então que ingressei na Faculdade de Educação Física e resolvi mudar o rumo total, sai da empresa em que trabalhava e comecei a procurar por estágios na minha área.
Passado alguns meses, um de meus amigos estava estagiando no Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, e comentou que logo iriam contratar mais estagiários, enviei meu currículo e quando abriu a vaga, fui chamado para uma entrevista.
Na entrevista, fiquei um pouco nervoso e apreensivo, mas depois de uma semana, me retornaram e fui contratado. Nos primeiros dias,fiquei com um pouco de receio, pois nunca tinha trabalhado diante de pessoas com doenças mentais e não sabia o que eles eram capazes de fazer.Mas com o passar do tempo, você começa a entender todo o preconceito que é empregado a eles, sendo que eles precisam é de ajuda e compreensão.
Em 1 ano e 9 meses em que estagiei, tive a oportunidade de organizar vários eventos, participamos de desfiles, viagens e algumas competições. Eu acabei me apegando demais aos pacientes, acredito que pela carência que eles tinham, por falta de contato de alguém de fora, já que boa parte deles não tinha família e mesmo sendo “doentes”, eles sentiam falta. Alguns eu considerava parte da minha família mesmo, às vezes eu doava algumas peças de roupas, bonés e até biscoitos, era muito bom ver a alegria deles, por tão pouco, para alguns, mas que pra eles era MUITO.
Chegando a reta final da faculdade, tinha que encontrar um tema pra fazer o meu trabalho de conclusão de curso (TCC), de imediato surgiu à idéia de relatar sobre a minha experiência durante o estágio no HPVC,algo totalmente inédito até aquele momento. Tive como parceiro no trabalho, meu amigo Plínio Bortoleto Neto.
Pra mim foi muito gratificante o desenvolvimento do trabalho, pois pude relatar experiências unicas que vivi, citando estratégias de ensino, e algumas atividades que poderiam ser adaptadas diante das necessidades de cada um dos paciêntes.
Na apresentação do meu TCC, obtive a nota máxima e fui convidado a disponibilizar o trabalho para a biblioteca da Universidade (Academia de Ensino Superior) logo após tive a chance de publicá-lo no EFDEPORTES.COM, pra acessá-lo, segue abaixo o link:
O estágio também estava acabando e eu pensava no que fazer quando isso acontecesse. Em Julho de 2007, participei do III Campeonato Mundial de Cegos em são Paulo e São Caetano, essa experiência só me fez ter mais certeza do que eu queria, era trabalhar com a Educação Física Adaptada.
O contrato teve o término em 31/12/2007, onde fui até o último dia. E mesmo; tendo passado quase 2 anos, sinto muita falta de tudo aquilo que vivenciei, desde o corpo multidisciplinar, os pacientes, de tudo que aprendi e compreendi, sinto que me tornei alguém melhor e comecei a dar mais valor em muitas coisas que acabamos por deixar passar despercebida, como a importância de um bom dia, a importância de um obrigado, o respeito às diferenças, sinto falta em especial de alguns pacientes/amigos, que infelizmente não estão mais presente entre nós.
MUITAS SAUDADES DE TODOS VOCÊS, OBRIGADA POR TUDO.
segunda-feira, dezembro 14, 2009
A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA EM MINHA VIDA
Postado às 02:45
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2 Comentários:
Oie! Precisava fazer um trabalho academico sobre esportes adaptados quando encontrei esse site, as fotos, os videos, as histórias aqui reveladas são importantissímas. Gostei muito!!!
Boa tarde!
Estava pesquisando sobre esporte adaptado, pois o meu TCC é relacionado com esse assunto.
Acabei encontrando seu blog.
Sou DF e pratico handebol em cadeiras de rodas, participei do II Brasileiro de HCR.
Adorei o seu blog...
Beijoooos
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